Em 1972, Don McLean lançou “American Pie”, que explodiu nas rádios do mundo todo, virando número 1 nos Estados Unidos.
Era uma canção em homenagem a Buddy Holly, ídolo do nascente e inocente rock americano, autor de pérolas como That Will Be The Day e Peggy Sue. Holly morreu num teco teco em pleno inverno em companhia de Ritchie Valens, autor de outro imenso sucesso chamado La Bamba. Buddy tinha 22 anos e Eddie 17.
Uma parte do refrão da canção de McLean dizia “the day the music died”, ou o “o dia em que a música morreu”.
American Pie era também um adeus a uma época de inocência dos Estados Unidos, que haviam vivido a luta pelos direitos dos negros, passado pelo assassinato de Kennedy, e agora se viam imersos na Guerra do Vietnã, jovens revoltados tomando as ruas pela paz e contra Nixon.
Mortes prematuras no mundo do rock sempre foram muito comuns (Jimmy Hendrix, Janis Joplin, Brian Jones, Jim Morrisson, Keith Moon, Marc Bolan, Kurt Cobain, Amy Winehouse, apenas para citar alguns), mas as mortes que 2016 nos trouxe, que não foram prematuras, foram chocantes, pela grandeza dos artistas que perdemos, e nos apontam para o fim de uma era que, se antes nos parecia viciada, hoje nos parece quase inocente.
Foi-se o tempo em que a solidão era tema central na vida de um jovem. Hoje ele está mais solitário ainda, por tantas conexões digitais que tem, mas não parece perceber. Foi-se o tempo da carta da namorada que não chegava.
O WhatsApp chega quase antes que se formule o pensamento. Foi-se telefonema que caiu antes que ela pudesse se explicar.
Foi-se aquela época, bem-vindos sejam os novos tempos, com seus avanços e seus recuos, sem saudosismo ou melancolia. Escolhi 3 artistas que perdemos este ano e que me marcaram muito, da época pré-narciso-digital.
Eles são David Bowie, Prince e Glenn Frey e aqui vai uma playlist em homenagem a eles e ao tempo que se foi.
A beleza que brota na arte que move todas as coisas. E ao tocar as cordas de seu violão, o poeta revela nobres emoções. Os versos e canções que marcaram gerações. A vida encera na terra e começa no céu, pois a arte jamais haverá de ser removida e dentre as emoções vividas a certeza que o amor vive e reina nos corações.